quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A fotografia como instrumento de comunicação e interpretações*

                                                                       *Por Deise Areias
Nos dias atuais, a fotografia tornou-se algo tão abrangente e comum que muitas vezes, não se percebe a sua importância. Ela está presente na maioria dos meios de comunicação e informação jornalística, na publicidade, cultura, e nas relações pessoais. Seja na forma impressa, analógica ou digital, pode-se dizer que a fotografia faz parte da vida cotidiana da maioria das pessoas na sociedade contemporânea.
Seja como registro ou instrumento questionador, a fotografia como linguagem não verbal possibilita uma reinvenção constante do cotidiano já que são múltiplas as implicações entre quem fotografa e o assunto fotografado e vice versa, gerando novos esquemas interpretativos da realidade.
Pode-se dizer, em síntese, que a fotografia enquanto linguagem universal, de livre tradução, pode ser utilizada nos mais diversos segmentos da sociedade, no Engenho da Luz, destacamos sua importância na construção da auto-imagem e auto-estima do indivíduo, concordando com Dubois, quando este afirma que

A foto não é apenas uma imagem (o produto de uma técnica e de uma ação, o resultado de um fazer e de um saber-fazer, uma representação de papel que se olha simplesmente em sua clausura de objeto finito), é também, em primeiro lugar, um verdadeiro ato icônico, uma imagem, se quisermos, mas em trabalho, algo que não se pode conceber fora de suas circunstâncias, fora do jogo que a anima sem comprová-la literalmente: algo que é, portanto, ao mesmo tempo e consubstancialmente, uma imagem-ato, estando compreendido que esse “ato” não se limita trivialmente apenas ao gesto da produção propriamente dita da imagem (o gesto da tomada), mas inclui também o ato de sua recepção e de sua contemplação. (...) Implica de fato ontologicamente a questão do sujeito, e mais especialmente do sujeito em processo.[1]

          Diferentemente do espelho que oferece sempre uma interpretação direta e instantânea àquele que se olha, a fotografia pode oferecer diversas interpretações. Cada expectador, de acordo com sua concepção crítica e visual poderá atribuir um significado diferente às imagens retratadas.
          A organização e atribuição de sentido aos dados de uma imagem fotográfica, nesse caso específico, ensaios realizados pelo Engenho da Luz, não são apontados por nós, fotógrafos,  mas sim pelas próprias pessoas fotografadas, que através do resultado das fotos, apontam para um redescobrimento de suas individualidades enquanto sujeitos.
A fotografia, assim como outros dispositivos, possibilita uma comunicação e entendimento entre as pessoas. Esse tipo de comunicação representa um processo estruturado simbolicamente, empregando imagens comuns, com o objetivo de integração e interação social. O manejo desses símbolos está associado diretamente à individualidade dos sujeitos em questão que, embora conservem suas especificidades, pertencem a uma identidade coletiva.


DUBOIS, Philippe. O Ato fotográfico. Campinas: Papirus, 2006.
p. 15 (grifos do autor).

4 comentários:

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  3. Parabéns, por esse novo começo! muita força e principalmente muita LUZ!
    obs: a logo ficou perfeita,belo trabalho,diz tudo!

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